Ode à Nova Democracia
É na qualidade de eleitor, cidadão e Português que escrevo estas “trovas”, não tenho qualquer conotação ou ligação a partidos políticos e acima de tudo sinto-me grato por ser um anti-democrático, porque, atento que tenho estado à Democracia, tenho cada vez mais a certeza que a mesma não funciona.
Nos últimos anos, aqui na Madeira, temos assistido a episódios frequentes proporcionados pela titulada Nova Democracia Madeirense e representada por 4 novos democratas.
O quarteto desenvolve actividades políticas intreventivas com acções públicas as quais denominam como denúncias daquilo que consideram ser um reflexo da podridão do sistema político implantado, coisas como favorecimentos, tráfico de influências, corrupção activa e passiva, inércia administrativa, etc....
No fundo, o que estas pessoas fazem são alegorias fantásticas de ataque político a quem manda nos desígnios políticos da Região.
Usam ainda a imprensa, através de um jornal quinzenal, chamado Garajau para denunciar aquilo que consideram as injustiças sociais tais como nomeações politicas para cargos dentro da administração pública que, na opinião daqueles, são absurdas e fruto de compadrio.
Foram estes senhores responsáveis por vários episódios famosos na imprensa nacional, como são o caso do relógio ao pescoço na ALR, a bandeira nazi que tanta tinta fez correr, a famosa postura veraneante em frente da ALR e o não menos famoso zepelim do chão da lagoa e agora resolveram alertar os maritimistas para a má gestão que tem sido alvo o clube madeirense, entre outras, destacam-se estas.
Não fosse Portugal um pais democrático, em que as liberdades direitos e obrigações estão devidamente regulamentadas e o bla bla bla do costume, era de estranhar tanta permissividade.
Estranho é, agora vem a parte obscura de tudo isto, que o quarteto embandeira e sobreleva o mote da denúncia e veicula a sua politica de forma alcoviteira. No fundo, e quer-me parecer, que os senhores barricaram-se na denuncia e esqueceram-se da proposta.
Entendo por politica de oposição, por exemplo, acções de propaganda com apresentação de propostas concretas e de acções politicas que possam eventualmente vir a corrigir, minorar e sanar erros cometidos por quem tem ou teve os desígnios do executivo, erros esses que são de conhecimento publico e não necessitam de um quarteto para os denunciar, inclusive um cidadão atento e consciencioso pode sentir-se ofendido e incomodado com a forma jucosa e brejeira como lhe são apresentadas as famosas denuncias levadas a cabo pelo quarteto.
Se não vejamos;
As representações teatrais produzidas pelo quarteto são em tudo iguais às actividades pedagógicas implementadas nos jardins-de-infância de forma a estimular e ensinar às crianças as coisas boas e más da vida e acima de tudo como devem comportar-se perante a sociedade, profissionalmente e civicamente.
No fundo é como aqueles jogos de cores com argolas que se fazem com as crianças, para lhes ensinar de uma forma infantil e pedagógica o significado das cores.
A Politica desenvolvida pelo quarteto é em tudo semelhante, eles denunciam de forma infantil e jucosa ao eleitorado as coisas que de mal lhes vão na interpretação da política regional. Ora o que distingue estas acções dos programas pedagógicos infantis, é que o eleitorado já sabe e conhece o que de mal se passa, enquanto que as crianças não.
De tudo isto, um eleitor consciente esboça um sorriso acha piada e ponto final, porque fica sem saber a essência de tudo que vê. Por exemplo, um Zepelim à porta da festa politica do PSD, politicamente representa zero, não muda nada, a mensagem ”olho na ladroagem” é uma mensagem politica? é um alerta para a criminalidade? é o que? Não se sabe o desenvolvimento da questão, gostaria de saber o que propõe a nova democracia da região com aquela mensagem.
Dali a única coisa que eu retiro é que, alguém do quarteto foi roubado por outro alguém, não gostou e até tem dinheiro para uma brincadeira e mete lá o zepelim para manifestar o seu desagrado por uma questão pessoal. Isto não é politica, isto não é uma proposta politica, isto não é oposição é um mero desabafo de alguém que está revoltado porque foi roubado e usa o partido politico para manifestar o seu desagrado por esse facto. É esta a interpretação que tiro da acção levada a cabo pelo quarteto.
Conclusão:
De tudo o que tenho assistido vindo do PND e dos seus representantes na Região, não sai nada de concreto, medidas de combate aos males que denunciam. Gostava de ver saírem dali profícuas propostas politica mas infelizmente só vejo saírem zepelins, bandeiras e relógios. No jornal que usam para as suas acções, sai uma versão cor-de-rosa do JORAM, uma espécie de “o novo director, chefe, vogal ou presidente é filho, primo, sobrinho ou irmão deste ou daquele” em vez de se fazer uma analise critica à competência e qualificação das pessoas que por nomeações e concursos públicos assentam em vários cargos, Directores, inspectivos ou mesmo Políticos. Mas se calhar até nem da muito jeito fazer isso, porque a Directora Regional X ou Y, que é filha da doméstica da corujeira de dentro, que apesar de ter dois anos de vinculo e uma licenciatura como ponto final nas qualificações curriculares não tem interesse social, portanto nessa não se fala. Interessa é falar no Director Regional devidamente qualificado para o cargo, mas que por ter sido líder da JSD em 1976 e ser filho do antigo Director Regional do Instituto Y ou X, esse já não está qualificado para o cargo que ocupa porque é filho de alguém que desempenhou um cargo executivo e esses são sempre maus e fruto de compadrio.
Caros novos democratas, como eleitor que sou, peço-vos mais clareza de ideias, mais propostas e acima de tudo, deixem de me tratar como um idiota e canalizem as vossas politicas de forma adulta e sincera. O que está mal e podre toda a gente sabe, conhece e vê, o que nós queremos são alternativas concretas e não jogos políticos de empurra e lavagem de roupa suja pública.
Relativamente ao Maritimo e à vossa ultima acção.
Atentem a um detalhe muito importante, na Madeira não ha força associativa maior e mais elevada que a familia Verde-Rubra, o que se passa no Maritimo é do interesse dos seus nunca de um partido politico ou de interesse publico. Querem fazer as vossas palhaçadas, façam-nas e usem-nas como sempre têm feito contra quem entenderem fazê-lo, bem ou mal só tem implicações dentro da vossa instituição. Não usem o Maritimo e toda a sua familia para veicular a vossa angustia e amargura pelos males que apregoam e lembrem-se que, a unica vez em 30 anos de autonomia da Madeira em que se assistiu a uma manifestação relevante contra um politico foi quando esse mesmo politico tentou usar o Maritimo para fazer politica. O Maritimo tem a força da nossa terra e contra essa não ha ninguem que consiga lutar.